domingo, 6 de junho de 2010

A nossa opinião

Bárbara - «Eu não tenho opinião formada quanto ao facto de ser contra ou a favor porque acho que quando nos encontramos perante uma situação que nos diz respeito mais directamente, a nossa reacção, pode mudar dependendo das circunstâncias e da pessoa de quem se trata. Se a pessoa em questão for alguém que amamos, vamos reagir de uma maneira diferente do que se se tratasse de um desconhecido.
Quando se trata de um médico, da decisão, também não se trata apenas da ética ou da moral mas acima de tudo de sentimentos.»




Constança - «Sou a favor da eutanásia se não for por interesse, excepto um: se nós formos amigos da pessoa e não a queremos ver sofrer e se ela nos pedir para lhe retirarmos a vida. 
Dou prioridade a que a pessoa não sofra, e então não cumpro o dever, até porque tenho uma objecção: é verdade que o agente se obriga a cumprir o que ele acha correcto e bom, para ser honesto e fiel a si próprio, mas se uma pessoa de quem gosta está a sofrer, e se para lhe tirar o sofrimento tem de ir contra o dever, se não o ajudar "para" cumprir o dever, e logo, ser moral (ou seja, mesmo que não seja para "parecer bem"), isso não será egoísmo?»






Patrícia - «Sou a favor da eutanásia, sem dúvida alguma! A morte muitas vezes pode ser um alívio, não só para a vítima mas também para os que a rodeiam. Algumas vezes é melhor pôr a razão de lado e deixar o nosso coração falar mais alto.
Sou a favor, quando a vida do doente é totalmente vegetativa, quando não há mais nenhuma condição de se exercer alguma função na vida. 
Não vejo qualquer razão para viver se a pessoa não poderá desfrutar de nenhum prazer vital. E em casos mais específicos: os aparelhos médicos que permitem a vida de um doente em fase terminal, poderiam servir a outros pacientes cujas doenças poderiam ser curadas, este seria um caso onde a eutanásia deveria ser praticável. Pois esses mesmos aparelhos poderiam salvar outras pessoas. 
Tudo o que existe foi criado por um propósito, e o propósito da eutanásia é aliviar o sofrimento de um doente que possui uma doença incurável. 
Se a Eutanásia for um "pedido" pelo próprio doente, se ele não consegue lutar mais e a família deste reconhece que seria uma luta em vão, porquê submeter um ser humano a um sofrimento sem propósito? Não acho justo manter a vida a qualquer custo, há um momento em que as tentativas de cura deixam de demonstrar compaixão ou de fazer algum sentido.»