Kant poderia apresentar os seguintes argumentos contra a eutanásia:
Não só o paciente levaria o médico a cometer um crime aos olhos da lei, porque lhe retirou a vida, efectivamente, como o doente não cumpriria o seu dever de preservar a vida, apesar do seu sofrimento ser penoso e o poder fazer pensar que aquilo nem sequer era uma vida, era algo mau, um castigo, pois quando nos foi dado o privilégio de viver, devia ser para vivermos felizes (esta frase poderia identificar-se na teoria de S. Mill, que vai ser vista mais abaixo).
O médico também se poderia recusar a retirar-lhe a vida por interesse (não perder a licença para ser médico) ou por dever (objecção de consciência, dado que no juramento dos médicos se promete que não se matará e que se preservará a vida). Um familiar também se poderia recusar a assistir a morte de um familiar que estivesse doente por não querer ser julgado ou preso, por não querer sofrer com a morte do seu familiar (interesse), ou por dever.
Kant poderia ainda pensar que o doente ou os seus familiares estavam a pôr o seu interesse de “não sofrer” acima do dever, caso o doente pedisse que lhe retirassem a vida e um familiar acedesse. E mesmo que um familiar acedesse ao seu pedido para o ajudar, porque ele estava mal, isso não seria moral, porque haveria um fim/interesse nessa acção (ajudá-lo, retirar-lhe o sofrimento), e mesmo assim iria contra o dever, pois não preservaria a sua vida.