
Quando se trata de um médico, da decisão, também não se trata apenas da ética ou da moral mas acima de tudo de sentimentos.»
Dou prioridade a que a pessoa não sofra, e então não cumpro o dever, até porque tenho uma objecção: é verdade que o agente se obriga a cumprir o que ele acha correcto e bom, para ser honesto e fiel a si próprio, mas se uma pessoa de quem gosta está a sofrer, e se para lhe tirar o sofrimento tem de ir contra o dever, se não o ajudar "para" cumprir o dever, e logo, ser moral (ou seja, mesmo que não seja para "parecer bem"), isso não será egoísmo?»
Patrícia - «Sou a favor da eutanásia, sem dúvida alguma! A morte muitas vezes pode ser um alívio, não só para a vítima mas também para os que a rodeiam. Algumas vezes é melhor pôr a razão de lado e deixar o nosso coração falar mais alto.
Não vejo qualquer razão para viver se a pessoa não poderá desfrutar de nenhum prazer vital. E em casos mais específicos: os aparelhos médicos que permitem a vida de um doente em fase terminal, poderiam servir a outros pacientes cujas doenças poderiam ser curadas, este seria um caso onde a eutanásia deveria ser praticável. Pois esses mesmos aparelhos poderiam salvar outras pessoas.
Tudo o que existe foi criado por um propósito, e o propósito da eutanásia é aliviar o sofrimento de um doente que possui uma doença incurável.
Se a Eutanásia for um "pedido" pelo próprio doente, se ele não consegue lutar mais e a família deste reconhece que seria uma luta em vão, porquê submeter um ser humano a um sofrimento sem propósito? Não acho justo manter a vida a qualquer custo, há um momento em que as tentativas de cura deixam de demonstrar compaixão ou de fazer algum sentido.»